quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

CAMPO GRANDE, MS – CUIABÁ, MT – 23 de janeiro de 2012 - 685km

Nosso último dia de viagem, Fabiano tomou café da manhã com a gente e na primeira placa que indicava Cuiabá às esquerda e São Paulo à direita, ele seguiu seu rumo, desejando sorte a todos e todos reciprocamente fazendo o mesmo. A estrada que liga Campo Grande a Cuiabá deve ter o maior fluxo de carretas no Brasil, centenas delas, carregando de tudo, especialmente grãos que são produzidos no cerrado. Mesmo neste mês que não é época de colheita a estrada estava muito movimentada, e o calor se fazia presente. Paramos várias vezes para beber água. Toninho e Edival ficaram em Campo Verde, e desejaram sorte aos que iam a Cuiabá e ainda mais longe como é o caso do Carlos e Oscar, Dean e Luciana e Gustavo e Mirian. Chegando em Cuiabá, nos encontraram os nossos amigos do CMC (Cuiabá Moto Clube) e quiseram saber detalhes da viagem, a conversa foi ficando boa e o churrasco já foi armado, seria na casa do participante Reinaldo, o nosso “cadeirante” agora quase imbatível e com 9000km de histórias para contar seria o nosso cicerone, ninguém melhor para fechar o nosso tour, alguém que personifique o espírito do motociclista, alguém para quem os obstáculos estão ai para serem superados, na humildade e no bom humor, como dizem no Peru: “Al mal tiempo, buena cara” (podemos traduzir como “Para o tempo ruim, um sorriso”).
Nosso tour de 9000km percorreu estradas inacreditáveis com paisagens quase inexistentes, da suntuosa floresta amazônica à aridez da cordilheira andina do lado do oceano pacifico, do nível do mar à 4900 metros de altitude num dia só, visitou Cusco, Machu Picchu, as Linhas de Nazca, viu a Hummer laranja de Gordon capotar em nossa frente e depois ser virada pelos espectadores e continuar o rally, fomos ovacionados pelo público tanto quanto os próprios participantes do Dakar, testemunhamos a boa vontade e generosidade do povo peruano e boliviano em nos ajudar de diversas formas, essas atitudes de indivíduos ficarão gravadas em nossas memórias e o nosso Muito Obrigado ecoará pelo continente e se fará presente em atitudes iguais que um dia a vida se encarregará de nos colocar.
Queria agradecer a cada um dos participantes por estarem conosco de corpo presente e aos leitores por terem compartilhado preciosos minutos de suas vidas lendo este blog, que nada mais é do que a ponta de um iceberg de histórias e estórias a serem contadas, algumas irão ganhar ares heróicos, outras irão virar lendas urbanas, muitas provocarão risadas para quem as conta e para que as ouve, mas saibam todos os leitores que nada disto poderia ter acontecido se todos os participantes das 17 motos e 2 carros não teriam começado a jornada há 20 dias atrás e atravessado o mundo real do cotidiano e entrado no mundo quase fantasioso de uma viagem de moto, ao final...”quem nunca viajou de moto, não sabe o que é viajar”.

CORUMBÁ – CAMPO GRANDE, MS – 22 de janeiro de 2012 – 460km

Ontem chegamos na fronteira da Bolívia com o Brasil e ambas alfândegas e os departamentos de imigrações estavam fechados. Dormimos em Corumbá, MS, a meros 5km de distância, isso já estava programado no nosso itinerário. O que não estava programado é que o fuso horário de uma hora entre o Brasil e Bolívia iria demorar a nossa saída. Do lado brasileiro abre às 08:00hs, do lado boliviano também, mas pelo fuso horário seria somente às 09:00hs. Tomamos café da manhã tarde e fomos à fronteira, para piorar a situação, não havia energia na Bolívia, todos os tramites fronteiriços demoraram além do esperado, mais de 200 pessoas na fila para carimbar os passaportes, nosso grupo conseguiu cruzar ambas fronteiras e quando saímos de Corumbá já eram quase 11:00hs. Cruzamos o pantanal sul Mato-grossense com o sol no seu maior auge, não é o melhor horário para ver animais, mas mesmo assim tucanos e diversos periquitos sobrevoavam a estrada, enquanto tuiuiús, curicacas e quero-queros se aglomeravam nas poças de água, ao longo da estrada. Passamos pelos “tepuis” da serra do Bodoquena, muito bonito essas paisagens, e placas com direção a Bonito se faziam presentes. As águas cristalinas repletas de cardumes de peixe serão motivo de uma viagem para esse lugar. Almoçamos na estrada, na cidade de Miranda e chegamos ao fim de tarde à Campo Grande, por essa demora decidimos mudar nosso pernoite de Rio Verde de Mato Grosso, outros 200km adiante pela capital sul Mato-grossense. Como dois participantes são de Campo Grande (Luis Paulo e Everton), jantamos numa pizzaria com a família e amigos deles. Foi neste dia também, que os participantes de São Paulo (Antonio Carlos e Kiko), e de Goiás (Rogério) seguiram viagem logo após o almoço, se despedindo do grupo em Miranda, MS. Somente Fabiano (também de São Paulo), nosso querido “Foca” ficou para curtir a última noite com o grupo. É incrível como as histórias da viagem vão aumentando e ganhando detalhes cada vez que são contadas.

domingo, 22 de janeiro de 2012

STA CRUZ DE LA SIERRA, BOLIVIA - CORUMBÁ, MS-BRASIL - 21 de janeiro de 2012 - 660km

Sabendo da falta de postos que vendem gasolina internacional, ontem à noite um boliviano se prontificou a comprar gasolina em tambores para nós e baldear os tambores por três vezes até nosso hotel para que possamos abastecer as motos. Com as motos abastecidas tomamos café da manhã à primeira hora e rumamos em direção à fronteira. A estrada nova está em perfeitas condições, o que não ajuda é o calor infernal. Após 200km chegamos aos 35km que ainda faltam asfaltar, mas que tem quase 30km com o aterro pronto para receber a primeira camada de piche e asfalto, ou já está asfaltado, "conversando" com o pessoal que cuida da estrada decidimos deixar um "agrado" para que nos deixassem passar pela estrada quase asfaltada. Os primeiros 19km foram uma maravilha, rodando a 80km/h no aterro sem asfalto, ai vem os 5km de terra, areia, argila e muita água empoçada das chuvas, foi um festival de derrapagens, tombos e motos caindo, a infelicidade de uns era o motivo de riso dos outros, começou com o Dr. Oscar que empolgado com as condições dos primeiros 19km de aterro decidiu que passaria mais rápido na areia, a frente parou e dobrou e ele foi catapultado por cima da moto, ao estilo Matrix e repousando na areia, sem nenhum trauma evidente a não ser o moral, continuou a jornada, desta vez com más calma. O nosso "cadeirante" Reinaldo levou o capote e a preocupação maior foi com o capacete novo que tinha comprado. O Braulio tentando guiar o grupo por onde passar deixou cair a moto por duas vezes, uma em negativo, quando a moto fica quase impossível de ser levantada, foram necessários três companheiros para colocar a moto em pé. Mas Toninho foi o campeão, não contente com derrumbar a moto uma vez, decidiu que deveria tombar a moto outras duas vezes no curto espaço de 5 metros. Tudo isso em menos de 5km!!! O mais engraçado é que os tombos foram em locais onde a gente estava subindo ou descendo do aterro asfaltado para pegar o trecho de terra. Nem quero imaginar como seria se tivessemos que rodar os 35km de terra e areia. Provavelmente demorariamos muito mais e a nossa "lista de Newton" (Lei da Gravidade) seria bem maior. Logo após o último pedaço de terra, paramos para beber qualquer coisa gelada e achamos uma "rockola" ou "jukebox" (máquina que toca videos e musicas ao colocar uma moeda), que tocava músicas bolivianas, procuramos o cardápio de músicas e achamos "música brasileira", colocamos a moeda e para nossa surpresa a música que saiu era um "rasqueado cuiabano", empolgados Dean e Luciana deram uma aula de como se dança, tinha até lambadão de Poconé. Tão longe de casa e ao mesmo tempo tão perto. Chegamos à fronteira às 06:15hs e como era domingo ambas migrações e a alfandega boliviana já estavam fechadas, 5km nos separavam de Corumbá, MS. Fomos dormir no lado brasileiro e amanhã às 08:00hs devemos ir dar a saída boliviana e entrada brasileira em nossos passaportes. Um dia muito quente, parece que os ventos frios andinos estão tão longe mas ainda estão tão vivos em nossas memórias, tem gente que ainda usou a segunda pele hoje, coisa de viajante, sai preparado para enfrentar qualquer tempo.

COCHABAMBA - STA CRUZ DE LA SIERRA, BOLIVIA - 20 de janeiro de 2012 - 480km

Nosso último dia nas alturas andinas, de aqui pra frente é morro abaixo, dizem que para baixo todo santo ajuda, então tomamos café-da-manhã em horário normal. Nosso cronograma estava correto, só não contavamos que a nova política do Ministério de Yacimientos e Hidrocarburos da Bolivia, alguma coisa tipo o nosso Ministério de Energia e Minas, decidiu que, já que a venda da gasolina é subsidiada para a população (custa em torno de 3,7 bolivianos por litro, quase R$1,00, barato, né?) esse mesmo benefício não se estenderia aos veículos com placas estrangeiros, para eles o custo do litro de gasolina é de 9,01 bolivianos por litro (R$3,00 o litro, para quem mora no Mato Grosso isso não é nenhuma novidade!). Até ai nenhum problema, isso se TODOS os postos de combustível vendessem a gasolina internacional como é chamada. Ai entra uma lei protecionista num país sem infraestrutura e burocrático, o resultado é o caos, a maioria de postos não vende gasolina para veículos estrangeiros, pois necessitam fazer duas faturas e nem todos estão cadastrados no sistema. Rodamos quase uma hora para encontrar um posto que vendesse a tal "gasolina internacional", a essa altura se vendessem o litro a 100 bolivianos estariamos pagando igual, uma vez achado o posto outra hora e meia para fazer as duas faturas individuais para as 17 motocicletas e o carro. Saimos de Cochabamba, quase 11:00hs.
É incrível que a vegetação volta a se mostrar assim que descemos, e junto a ela o calor quase infernal, retas e mais retas. Nossa preocupação começou quando havia filas intermináveis nos postos de gasolina, as cidades sem combustível, pelo menos ao preço subsidiado, porque era passar os postos de gasolina e tambores e mais tambores de combustível sendo vendidos na rua, ao longo da estrada, o preço? entre 5 e 7 bolivianos por litro, um absurdo para a população local e quase um alivio para nós. Isso me lembrou a Lei Seca nos Estados Unidos e os problemas maiores que isso alastrou como o contrabando e a proliferação de gansters, dentre eles Al Capone. Será que logo surgirá um Al Capone boliviano?
Chegamos em Sta Cruz de la Sierra no horário do rush e prontamente um carro e uma moto se voluntariaram em nos guiar ao nosso hotel, isso sem nem termos pedido ajuda. A cidade de Santa Cruz de la Sierra é grande e ordenada, parece uma capital brasileira, merece muito bem um dia livre para fazer compras e conhecê-la melhor. Para quem é motociclista recomendo visitarem a loja de motos DEKAR, que fica no "primero anillo", tem de tudo e a preços muito inferiores, para ter uma idéia, um pneu traseiro para V-Strom ou BMW GS, Pirelli alemão custa R$350,00 instalado. Recomendo muito visitar a loja, o pessoal é muito atencioso.

sábado, 21 de janeiro de 2012

COROICO: Estrada da Morte - COCHABAMBA, BOLIVIA - 19 de janeiro de 2012 - 465km

A chuva parou às 04:30hs, será que a estrada de terra estaria trafegável? no café da manhã, a pergunta que não quis calar: Alguém vai subir a Estrada da Morte? Gustavo, Dean, Fabiano, Everton, Carlos, Oscar, Braulio e Reinaldo, o que? Reinaldo? Cabe um momento para explicar quem é o Reinaldo Bueno, além de ser uma ótica pessoa e grande companheiro, Rei (como é chamado por todos os amigos) é o único participante com uma moto que não é bigtrail, a máquina que ele pilota é uma Suzuki Boulevard 1500cc, uma moto estilo custom que foi desenhada somente para andar em retas e estrada asfaltada, o tanque de combustivel é somente de 12 litros, quer dizer que a autonomia é de meros 180km, e uma tendência a perder a embreagem no tráfego pesado das cidades. Entre o mundo motociclista há um apelido "carinhoso" para os pilotos de motos custom, e esse é "cadeirante". Alguns participantes ao saber que haveria um "cadeirante" se perguntaram se o mesmo iria aguentar as condições da estrada, se a autonomia não iria atrapalhar nosso ritmo, se a moto não iria quebrar, houve até apostas de que ele não participaria, de que dessistiria no meio da viagem. Como se isso não fosse suficiente, nosso "cadeirante" tem miopia, 9 graus! e usa óculos que se envazarem deixa ele quase cego sem enxergar a estrada.
Ao se pronunciar que iria enfrentar a Estrada da Morte, um dos participantes se aproximou dele e cochilou no ouvido: você é um irresponsável, não está pensando na tua familia! Essas palavras ecoariam na cabeça dele a cada quilometro percorrido na Estrada da Morte.
Por outro lado as esposas de Gustavo e Dean, decidiram ir no carro do Humberto.
Lá se foram os 8 "malucos", primeiro obstáculo um rio a ser atravessado, passam as bigtrail e passa a Boulevard, a estrada sobe e os precipicios a menos de 1 metro da moto, qualquer erro ou freada brusca é quase morte certa, vamos avançando e com a chuva de ontem há cachoeiras que cortam a estrada em vários pontos, lá passam as bigtrail e passa a Boulevard, encontramos os primeiros grupos de bicicletas fazendo o "downhill", todos se cumprimentam e eles param para ver as motos, especialmente a Boulevard, quem é esse maluco ai? será que ninguém falou a ele que essa moto não foi feita para esse tipo de estradas? a Estrada da Morte está repleta de cruzes e lápides, é o preço que as Yungas bolivianas cobram pela ousadia do homem de fazer uma estrada por lá. A cada cruz, silenciamos em reverência aos caídos e desejando que nossa sorte seja melhor.
Após 35km chegamos ao asfalto, e hoje descobrimos que o que faz um motociclista nao é o tipo de moto que ele pilota e sim o espírito dele, hoje Reinaldo Bueno gravou seu nome em nossas memórias para sempre, o patinho feio virou cisne, todos nós reverenciamos ele, esse é o nosso Rei, vida longa ao Rei!
Chegar em Cochabamba, foi fácil, eram somente 365km que nos separavam dela.

COPACABANA - COROICO, BOLIVIA - 18 de janeiro de 2012 - 260km

Hoje voltamos à fronteira para fazer a papelada das motos que ficaram ontem e esperamos alguma notícia do restante do grupo, por volta das 09:30hs chegou um email avisando que o grupo pernoitara em La Paz, como? La Paz? quer dizer que eles cruzaram a fronteira por Desaguadero, do outro lado do lago. Ligamos ao hotel em La Paz e o grupo já tinha saído, sem dizer para onde. Como no carro do Humberto estava a Djane (em La Paz), com os documentos do filho (em Copacabana) pensamos que eles viriam ao nosso encontro em Copacabana, esperamos por toda a manhã e nada de notícias, como a distância é de somente 150km pensamos que em duas horas estariam ao nosso encontro, por outro lado eles também não chegaram a Coroico que são outros 100km de La Paz, será que a nossa outra metade estava perdida, para onde tinham ido? Sem noticias, por volta das 14:30hs o grupo partiu com direção a Coroico com a esperança de encontrar o grupo na estrada ou em Coroico, ficou para atrás Braulio e seu filho, a esta hora indocumentado. Na fronteira, Braulio conseguiu sensibilizar os oficiais peruanos a dar a saída do país sem apresentar documentos, como eles tinham conhecimento do caso desde ontem foram muito amáveis, mais uma vez os peruanos se mostravam amigos. No lado boliviano, ficou a grande dúvida, como entrar sem documentos? quando todo parecia perdido e a única saída era esperar a Djane voltar de taxi à fronteira, o oficial boliviano pediu para ver a saída do Peru, viu a data e comentou: se a fronteira estiver fechada esse carimbo vale por 24 horas para dar entrada ao país, é só se apresentar nas migrações em La Paz. Lembrei da escolinha do Prof. Raimundo e o personagem "Somebody loves me", captei a sua mensagem amado mestre... e lá fomos nós cruzando a fronteira em direção a La Paz e depois Coroico, ligamos para o hotel e a metade perdida já tinha chegado, agora faltava a outra metade que tinha saído duas horas atrás. A estrada nova para Coroico passa por "La Cumbre" (o cume), já fazem idéia da altitude, quase 4800m para depois cair a uns 800m em menos de 100km, curvas, curvas e mais curvas, túneis intermináveis e uma tempestade tropical com direito a raios e trovões para onde iamos. Ao chegar em Coroico, os 8km que separam a estrada da cidade (morro acima) foram empedradas há três anos e é um desafio e tanto. Chegamos minutos antes da tempestade, e ficamos sabendo que Nilson (o ponta) não viu a placa de entrada e tocou direto, por quase 40km, na volta a tempestade tropical causou uma queda de barreira. Graças a Deus, ele chegou em segurança, porém o grupo ficou arrepiado com a situação, não parava de chover e amanhã teriamos que enfrentar a temida Estrada da Morte, 35km de estrada sem asfaltar cordilheira acima com uma chuva que não parava. Será que alguém se habilita?

CAMANÁ, PERU - COPACABANA, BOLIVIA - 17 de janeiro de 2012 - 620km

Hoje foi difícil, saimos um pouco tarde com a esperança de atravessar a cordilheira rapidamente. De Camaná rumamos em direção de Arequipa, o visual é extraordionário, do oceano pacífico passando pela cordilheira. À medida que iamos subindo o cenário ia modificando e a temperatura caindo, mas as paisagens eram muito lindas, tão lindas que demoramos ainda mais fotografando os vulcões que guardam a cidade de Arequipa, cumes nevados e tempestade se formando ao redor deles. No entanto, nosso caminho estava com céu aberto e os pampas andinos com suas lagoas cheias de flamingos nos davam um espetáculo à parte. Mais paradas para fotografar e nem lembramos que ainda tinhamos que cruzar fronteiras, já era meia tarde e as fronteiras fechariam às 19:00hs, não tinhamos mais tempo, decidimos acelerar para chegar na fronteira, uns mais rápido outros mais lento, o tempo também virava, uma tempestade vindo do lago Titicaca (o lago navegável mais alto do mundo) não parecia prever bons momentos, de repente uma tempestade de vento me lembrou as estepes patagônicas e o vento lateral que força as motos a andar quase deitadas como se estivesse fazendo curva na reta. Os primeiros chegamos à fronteira e já começamos a papelada de saída e entrada dos veículos, mas metade do grupo não chegara ainda e a noite caiu. Nosso guia ficou na fronteira esperando alguém chegar, quase às 20:30hs apareceram Oscar, Carlos e Reinaldo, normalmente os fechas do grupo. Deixamos as motos na aduana peruana e pegamos um taxi à cidade boliviana de Copacabana, a somente 8km. Pensamos que o restante do grupo chegaria cedo pela manhã.